quinta-feira, 11 de junho de 2009

O Discurso Final - Charles Chaplin


Olá meus amigos,


No post de hoje vocês verão o trecho de uma passagem do filme O Grande Ditador, dita por Charles Chaplin.
Espero que gostem...
Boa Reflexão...


O Discurso Final – Charles Chaplin

“Realmente sinto muito mas não aspiro a ser imperador. Isso não é nada para mim. Não pretendo governar, nem conquistar nada de nada. Gostaria de ajudar, na medida do possível, cristãos e judeus, negros e brancos. Todos temos o desejo de nos ajudarmos mutuamente. A gente civilizada é assim. Queremos viver da nossa sorte mútua… não da nossa mútua desgraça. Não queremos desprezarmo-nos e odiarmo-nos mutuamente. Neste mundo, há sítio para todos. E a boa terra é rica e pode garantir a subsistência de todos. O caminho da vida pode ser livre e magnífico, mas perdemos esse caminho.


A voracidade envenenou a alma dos homens, rodeou o mundo com um círculo de ódio e fez-nos entrar na miséria e no sangue. Melhorámos a velocidade mas somos escravos dela. A mecanização, que traz consigo a abundância, afastou-nos do desejo. A ciência tornou-nos cínicos, e a inteligência duros e brutais. Pensamos em excesso e não sentimos o bastante. Temos mais necessidade de espírito humanitário que de mecanização. Necessitamos mais da amabilidade e da cortesia que da inteligência. Sem estas qualidades, a vida só pode ser violenta e tudo estará perdido.


A aviação e a rádio aproximaram-nos uns dos outros. Mas, a natureza destes inventos requeria a bondade do homem e reclamava uma fraternidade universal para a união de todos. Neste momento, a minha voz chega a milhares de seres espalhados pelo mundo. Aos que me podem compreender digo-lhes: não desespereis, a desgraça que caiu sobre nós não é mais que o resultado do apetite feroz da amargura de uns homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens passará e os ditadores perecerão e o poder que usurparam ao povo voltará para o povo.


Soldados não vos entregueis a esses homens brutos que vos desconsideram e vos tratam como escravos, que mandam nas vossas vidas e vos impõem o que fazer e o que pensar. Homens que vos domesticam, vos tratam como gado e vos utilizam como carne de canhão. Não se ponham nas mãos desses homens máquinas, com corações de máquinas! Não sois gado! Sois homens, e levais o amor da humanidade em vossos corações. Não odieis, só os que não são amados odeiam. Soldados, não combatais pela escravidão, combatei pela liberdade.


No capítulo XXVII do Evangelho de S. Lucas está escrito: "O reino de Deus está no homem mesmo". Não num só homem, não num só grupo de homens, está na humanidade. (…)


Unamo-nos todos! Lutemos por um mundo novo, um mundo sem guerra, que ofereça a todos a possibilidade de trabalharem, que dê à juventude um futuro e salvaguarde os velhos de necessidades. Prometendo estas coisas, gente ambiciosa tomou o poder. Mas mentiu! Não mantiveram as suas promessas, nem as manterão jamais! Os ditadores domesticaram o povo. Combatamos agora para que se cumpra esta promessa. Combatamos por um mundo equilibrado, de ciência e de progresso, que conduz todos à felicidade. Soldados! Em nome da democracia, unamo-nos!.”

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